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Entrevista com Dr Fabrício Veloso – Cirurgia Plástica e Anestesia – Parte 3

Por Shirley Mello

Olá meninas,

Hoje é a terceira e última parte da entrevista com o Dr Fabrício Veloso da Dream Plastic. Quem perdeu a primeira, confira aqui e a segunda, é só clicar aqui. E hoje vocês irão conferir aqui as dúvidas dos nossos leitores e seguidores do Twitter que também participaram da entrevista. Vamos lá!!!

TB- Qual a diferença entre anestesia geral e sedação geral?
Dr FV- Existe basicamente, três grandes famílias de anestesia: local, regional (pelidural /raquidiana) e geral. A grande diferência entre elas é a potência:
Geral: Tecnicamente é um coma induzido por medicamentos. O paciente pára de respirar, apaga completamente, é inserido um tubo pela boca até o seu pulmão e esse tubo é ligado em um aparelho de respiração. Qualquer cirurgia pode ser feita com anestesia geral, embora algumas não devam.
Regional: A pelidural é muito utilizada em cirurgias plásticas. Uma equipe bem qualificada de anestesistas, não usa a geral em cirurgias plásticas, pois coloca o paciente em risco. A raquidiana é uma anestesia mais profunda, não utilizada em cirurgia plástica, pois é mais para orgãos, como útero (cesariana). A pelidural é mais superficial, pois o cirurgião plástico só mexe em pele e gordura. A injeção feita nas costas, entre as vértebras do paciente e é o mesmo medicamento utilizado para a anestesia do dentista.O risco que você corre, é o mesmo que num consultório dentário.
O principal risco em uma cirurgia é a Trombose Profunda, que são coágulos que se formam na pele, que podem se soltar e andar pelo corpo, causando uma embolia pulmonar, por exemplo. A anestesia geral tem um efeito anti-trombótico, pois minimiza a chance disso acontecer, ao contrário da anestesia geral.
A técnica utilizada na pelidural é muito específica, apenas para especializados em cirurgia plástica. Se ela for feita em um grande hospital, provavelmente vai ser usada a geral, pois a equipe de anestesistas de um hospital não é especializada em cirurgia plástica.
Local: Sedação, utilizada em cirurgias específicas, por exemplo, a de face, nariz, orelha e até prótese de mama. O paciente toma um sedativo (o mesmo da endoscopia), relaxa, dorme. É feito todo o procedimento com ele nesse estado, quando termina, pára o sedativo e o paciente acorda.
TB- Existe riscos para pacientes diabéticos e hipertensos?
Dr FV- São doenças muito comuns na população, e obviamente a pessoa não pode operar numa crise hipertensiva. Se a pessoa tem esse quadro, no pré-anestésico ele vai ser orientado a procurar um cardiologista
e estabilizar a pressão, ou se ele tiver pressão alta mas estiver controlada, não tem problema, ele pode operar normalmente. Mesma coisa com o diabético, a gente só pode operar se a sua glicemia estiver controlada. No dia da cirurgia, se a pressão ou diabete não estiver sob controle, ela é suspensa. E mesmo no pós-operatório, se a diabete não for controlada, o paciente pode ter problemas na cicatrização.
TB- O que é choque anafilático?
Dr FV- Reação alérgica exarcebada do organismo a algum corpo estranho. Esse corpo estranho pode ser um medicamento, alguma química, um alimento. É uma situação imprevisível, não tem como saber isso antes, exceto se já aconteceu isso antes ou se tem um histórico familiar. Essas questões avaliadas no pré-anestésico. Cabe ao médico questionar essa situação. Não há teste de alergia à anestesia. É o padrão imunológico do paciente que vai desencadear essa relação alérgica, e ele muda.
Por isso a importância de se operar em um ambiente hospitalar. Em um hospital é possível reverter esse quadro. Na clínica, é necessário fazer a transferência desse paciente para um hospital e nessa transferência, se perde algum tempo e o quadro se agrava enquanto isso. Foi o que aconteceu com o ex-vocalista do LS Jack, Marcos Menna, que após operar em uma clínica, teve uma reação alérgica a dipirona e por não ter estrutura na clínica, o tempo levado para a transferência para o hospital, fez com que o quadro se agravasse e ele entrasse em coma.
TB- Pessoas que recorrem a cirurgia bariátrica, depois conseguem tem uma aparência normal, sem manchas ou cicatrizes na pele?
Dr FV- A pessoa que passa por essa cirurgia, perde uma grande quantidade de peso em um espaço muito curto de tempo. A consequência estética: vai causar muita flacidez, pois a gordura vai ser eliminada, mas a pele continua. Uma das maneiras de minimizar essa situação, é fazer a cirurgia plástica, que nesse caso, não é considerada como estética e sim como reparadora – melhorar uma situação prévia do paciente, uma flacidez em grau muito avançado.
Esse tipo de paciente pode ser submetido a diversas cirurgias: abdominoplastia, dermolipectomia de braço, de coxas e até das costas.
Porém isso tem um preço a se pagar, a pessoa vai ficar com cicatriz. Não existe procedimento cirúrgico sem cicatriz. A cicatriz é 100% relacionada com o corte. Na medida que a cirurgia precisa de um corte, vai ficar uma cicatriz. O que acontece é que existem técnicas de se fazerem cortes em alguns lugares específicos do corpo que vão favorecer a cicatrização.
A cirurgia plástica que tem o menor corte é a lipoaspiração, com um corte menor que 1cm. Uma pessoa para se reestabelecer de uma cirurgia bariátrica, da questão de flacidez, vai ficar com cicatriz, sempre. Se a pessoa tiver uma genética favorável e cuidar-se bem no pós-operatório, que é não tomar sol, não fumar, e alguns detalhes um pouco mais específicos, como um creme, consegue melhorar muito mais o aspecto da cicatriz, chegando na maioria dos casos, a cicatriz ficar com um risco, como se fosse feito por uma caneta da cor da pele. Porém, isso depende muito mais do paciente, da sua genética, do que do próprio médico. Um paciente com quelóide, independente da cirurgia, sempre vai ter quelóide.
TB- Pessoas com prótese pode realizar exercícios físicos normalmente? Qual o tempo de recuperação?
Dr FV- Com certeza. A pessoa que coloca prótese de mamas pode sim, praticar exercícios. Dependendo do grau do impacto do exercício que ela vai fazer, seria necessário somente uma sustentação. Se fosse atletismo, seria necessário um bom sutiã, pra mama não balançar excessivamente e causar uma flacidez no tecido mamário.
A cirurgia de mama atrapalha a amamentação? Depende da técnica utilizada. Há 3 maneiras de fazer essa cirurgia: por baixo dos seios, pela auréola ou pelas axilas. A feita pela auréola pode atrapalhar sim, pois é cortado os dutos mamários. Das outras duas formas o problema é praticamente zero.
Tempo de recuperação: Depende da cirurgia. Uma cirurgia no nariz ou orelha, por exemplo, se o serviço não exigir esforço físico, o paciente pode voltar a trabalhar no dia seguinte. Lipoaspiração clássica: 03 dias após o procedimento. Mama: como é um corpo estranho que está sendo colocado no organismo, ele precisa criar raízes. O organismo precisa criar uma cápsula para fixar essa prótese. Tanto mama como adômen, por levar muitos pontos, exige um tempo de recuperação maior. Dirigir por exemplo, é recomendável após 10 a 14 dias do procedimento, dependendo do pós-operatório. Atividade física, como musculação, só após 3 meses. Aeróbica ou corrida, após 30 ou 40 dias.
TB- Foram essas as perguntas, muito obrigada pelos esclarecimentos que foram muito importantes. Estou saindo daqui com vontade de fazer uma cirurgia plástica…rs
Dr FV- Eu que agradeço pela oportunidade de falar sobre o assunto e poder contribuir um pouco.
Bem meninas, essa foi a terceira última parte da entrevista com o Dr Fabrício Veloso. Nossos agradecimentos a ele pela receptividade e pelo tempo concedido ao nosso blog. Espero que vocês tenham gostado. 🙂
Agora contem pra gente nos comentários, vocês têm vontade ou coragem de fazer uma cirurgia plástica? Se tivessem coragem, o que vocês mudariam?
Super beijos,
Shirley

19 comentários sobre “Entrevista com Dr Fabrício Veloso – Cirurgia Plástica e Anestesia – Parte 3

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